terça-feira, 24 de abril de 2012

O professor na era digital - Fonte: ig.com.br


Para especialistas, o apresentador de informações vai desaparecer, mas o educador que vai além delas é cada vez mais necessário

Cinthia Rodrigues, iG São Paulo 
Imagine, em um mundo sem internet, o dia em que professores são avisados que dali para frente uma ferramenta de pesquisa permitirá aos seus alunos ler, assistir, ouvir e discutir sobre qualquer assunto. Qual seria a reação dos educadores? Para especialistas, há muito motivo para comemorar: a chance de obter êxito no aprendizado aumenta. Na vida real, a recepção não foi bem assim. A falta de adaptação do professor às novas tecnologias e ao aluno influenciado por elas são tema do segundo dia da série especial do iG sobre os problemas na formação do docente.
Como o professor deve lidar com a tecnologia?
Incluída ou não na aula, presente ou não na escola, a internet faz parte da rotina dos alunos. Em 2008, quando apenas 23% dos lares estavam conectados segundo o Ibope, o instituto já apontava que 60% dos estudantes tinham acesso à rede de algum modo. Em pesquisa realizada nas escolas estaduais do Rio de Janeiro em 2011, 92% disseram estar online ao menos uma vez ao dia.
“O professor pode escolher como tratar a internet, mas não pode ignorá-la”, diz o pesquisador emérito de Ciências da Educação da Universidade de Paris 8 e visitante na Universidade Federal do Sergipe, Bernard Charlot. Ele vê duas possibilidades para o educador: fazer o que a máquina não sabe ou ser substituído.
“Ninguém pode concorrer com o Google em termos de informação. O professor que ia à frente da sala apresentar um catálogo vai desaparecer em 20 anos e ser substituído por um monitor”, afirma sem titubear, emendando um alento: “Por outro lado, o professor que ensina a pesquisar, organizar, validar, resolver problemas, questionar e entender o sentido do mundo é cada vez mais necessário.”
O pesquisador defende que o aparente problema de falta de entrosamento com a tecnologia na verdade é a lente de aumento que a internet colocou sobre a falta de formação para a docência. “Não é que o professor não sabe ensinar a pesquisar na internet, é que ele não sabe ensinar a pesquisar. Muitas vezes é mais simples ainda: o professor não sabe como ensinar.”
Para ele, a culpa não é do profissional, mas do sistema engessado que além de não formá-lo não o deixa fazer diferente. “Não faz sentido começar um trabalho na internet e, depois de 50 minutos, dizer: a gente continua semana que vem. Assim como cada professor cuidar de uma disciplina, como se os assuntos não fossem relacionados, ou tratar de temas sem mostrar na prática para que servem na sociedade tornam a escola sem sentido.”
A doutora em linguística e especialista no impacto da tecnologia na aprendizagem Betina von Staa também culpa principalmente o sistema de ensino pela falta de aceitação da tecnologia. “Muitos professores não aceitam trabalhos digitados apenas para evitar cópias. A preocupação é maior com o controle de notas do que com as possibilidades de aprendizado”, lamenta.
Foto: O DiaPesquisa em escolas públicas do Rio mostrou que 92% acessam internet todos os dias, em casa, na escola e até no celular
Na opinião dela, o aluno precisa de orientação para procurar informações confiáveis e questionar dados encontrados na internet. “Todas as pesquisas apontam que a tecnologia traz benefícios, porém desde que venha com formação dos professores para dar apoio.”
O Colégio Ari de Sá, em Fortaleza, é um exemplo de excessão na introdução da tecnologia na sala de aula. Além de equipamentos - lousas digitais, computadores e até tablets para os alunos que preferirem o equipamento aos livros - a escola tem formação para os professores diariamente e no contexto das aulas. O coordenador de informática educativa, Alex Jacó França, passa em cada sala tirando dúvidas dos professores e dá dicas de como incluir ferramentas online em cada tópico.
"Muitos temas que passariam sem grande interesse aos alunos acabam ganhando vídeos e experimentos que os marcam. Quanto mais o professor conhece, maior a liberdade que dá ao aluno no formato de suas pesquisas e melhor o aprendizado", garante o especialista. Para ele, mesmo nos casos em que as escolas não têm equipamento, o conhecimento do professor para incentivar o uso de tecnologias e a abertura para deixar os alunos irem além dos livros faz a diferença.
Durante fórum sobre tecnologia e educação promovido pela Blackboard no último dia 12, em São Paulo, educadores estrangeiros sustentaram opinião parecida. A diretora de avaliação da Universidad Cooperativa de Colômbia, Maritza Randon Rangel, afirma que a democratização do acesso à rede dá oportunidade para que mesmo escolas rurais e afastadas tenham desempenho equivalente às que estão mais próximas de recursos culturais e financeiros. “Tivemos êxito com isso na Colômbia, mas além das máquinas é preciso uma equipe com objetivos claros.”
Muitos temas que passariam sem grande interesse aos alunos acabam ganhando vídeos e experimentos que os marcam. Quanto mais o professor conhece, maior  liberdade dá ao aluno e  melhor o aprendizado", 
Alex Jacó, coordenador de informática educativa
Já a pedagoga Patrícia Patrício, mestre em Formação de Professores pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e autora do livro “São Deuses os Professores?”, defende que os educadores de sucesso conseguem êxito com ou sem ajuda da escola. “Em geral profissionais que se destacam fazem isso, apesar da escola”, conta.
É o caso de professores premiados em todas as edições das Olímpiadas Brasileiras de Matemática, como Antonio Cardoso do Amaral, de Cocal dos Alves, no Piauí, e Maria Botelho, de Uberlândia, em Minas Gerais. Ambos não têm formação ou estrutura tecnológica acima da média da rede pública nas escolas, mas incentivam os alunos a usá-la em casa e valorizam dúvidas e exercícios trazidos dentro ou fora do contexto da aula. “Às vezes chego em casa e um aluno me deixou uma dúvida no Facebook, eu adoro, significa que eles estão indo além da aula”, diz Botelho.

quinta-feira, 19 de abril de 2012


O efeito boca a boca ainda é reconhecido como um dos mais eficientes resultados que uma ação promocional pode almejar. Segundo Cláudio Torres – autor do livro A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar –, o nome marketing viral surge pela semelhança entre o efeito causado por um vírus e o efeito boca a boca, que parte de uma informação divulgada e espalhada rapidamente. “A ideia é criar uma mensagem que se comporte na internet como se fosse um vírus e se espalhe pela rede espontaneamente, de consumidor em consumidor”, comenta o consultor e palestrante em marketing digital e mídias sociais. 

O autor também informa que, em 2004, foi desenvolvido o conceito que define o usuário alfa, aquele que deve ser “contaminado” inicialmente pela campanha para que ela possa prosseguir adequadamente. “Em geral, os usuários alfa são as pessoas mais influentes em um grupo”, explica. Uma ação de marketing viral pode fazer parte tanto de campanhas publicitárias quanto para campanhas promocionais. Uma ação de marketing viral tem uma estrutura básica, que inclui não apenas num vídeo ou num widget, mas toda a estrutura necessária. Como em toda ação de marketing é preciso determinar o objetivo, o público e a mensagem principal a ser divulgada. 

Um vídeo, um widget viral, um jogo em flash, uma música ou qualquer outro tipo de serviço ou produto pode ser considerado uma peça viral; o elemento de transporte – o portador da mensagem de uma campanha criado para ser distribuído na web. A distribuição da peça viral é realizada por meio das redes sociais ou do meio pelo qual a peça viral será transmitida. Um exemplo de rede de distribuição é o YouTube, muito apropriado para a divulgação de vídeos virais, permitindo que o conteúdo seja postado nas redes sociais, por exemplo, e possibilitando que a audiência vote, indique e comente – elementos importantes para a viralização. 

Outro aspecto importante apontado por Torres diz respeito à semeadura - a implantação da peça viral nos pontos chaves da rede de distribuição. A semeadura pode ser feita em um único ponto como no YouTube ou em várias outras comunidades relevantes como o Twitter e o Facebook. “Contudo, a semeadura não garante que a peça viral se propague. Para que isso aconteça é preciso que os formadores de opinião e pessoas com influência na rede sejam atingidos e tenham acesso à mensagem”, alerta o especialista. Os usuários alfa são os primeiros a ter contato com a mensagem, e por meio deles a mensagem inicial encontra terreno fértil. 

A campanha de marketing viral pode ser desenvolvida por meio de numa única peça ou num conjunto delas, como acontece com as séries de vídeos. Além disso, em muitos casos, a campanha é acompanhada de diversos complementos como um blog, um hotsite ou até um making of. Os complementos são importantes para manter a campanha em destaque o mais tempo possível. O marketing viral tem algumas regras básicas que colaboram com a propagação da mensagem. Essas regras são um bom começo para quem ainda não usou o marketing viral e não quer cometer erros básicos. Torres cita Ralph Wilson, um dos especialistas internacionais em marketing viral, que aponta algumas características que a comunicação viral deve conter: distribuição gratuita de produtos e serviços; disponibilização de um meio fácil de envio para outras pessoas; exploração das motivações e comportamentos dos públicos; utilização das redes de comunicação já existentes. Essa última recomendação é muito importante, considerando que comprar espaço de mídia seria uma decisão de custo proibitivo. Como a peça viral oferece um produto gratuito, para ser transmitido sem esforço, o meio de propagação também deve ser gratuito. Mais do que isso, ações de marketing viral devem ser criativas, simples e eficazes. 

Fonte: 
Torres, Cláudio – A bíblia do marketing digital: tudo o que você queria saber sobre marketing e publicidade na internet e não tinha a quem perguntar. 

Por Elisabeth Guimarães – Grupo Bríndice 


Link original em http://www.brindice.com.br/noticia/1950/marketing-viral.-criatividade-e-a-regra